domingo, 2 de setembro de 2012

Gelo do Ártico “rejuvenesce”


Ártico gelo derretimentoO Centro Nacional de Informações sobre Neve e Gelo dos EUA (NSIDC, na sigla inglesa) confirmou os dados de colegas japoneses de que a área de gelo marinho no Ártico diminuiu em agosto para o menor nível em toda a história de observações por satélite – para 4,1 milhões de quilómetros quadrados.

Este número é 70.000 metros quadrados menos do que o recorde anterior, registrado em 18 de setembro de 2007. Em 2040, a cobertura de gelo da Terra poderá derreter completamente, preveem especialistas estrangeiros. Os cientistas russos discordam das previsões pessimistas.
Especialistas de diferentes países estão monitorando escrupulosamente o estado do gelo ártico. Desde 1979, eles usam imagens de satélite, maS utilizam diferentes métodos de estimativa da área do gelo. Cientistas do Instituto de pesquisa do Ártico e Antártico, junto do centro meteorológico russo, Roshydromet, baseiam-se também na riquíssima experiência de pesquisa em campo, que seus colegas estrangeiros não têm.
Os dados obtidos sugerem o “rejuvenescimento” dos gelos árticos e seu carácter sazonal, e não o desaparecimento, disse à Voz da Rússia o doutor em ciências geográficas Genrikh Alekseev.
"O fato é que os gelos derretem no verão, e no inverno eles se formam de novo. Ora a área "invernal", coberta de gelo, muda pouco – ela é reduzida lentamente. No inverno o gelo recupera, mas recupera principalmente o gelo jovem, que cresce e no ano seguinte se torna gelo de um ano, chegando a um metro ou mais de grossura."
Além disso, explica Alekseev, a retração observada de gelo de verão nos mares árticos não ocorre da mesma maneira. Os mares importantes para a Rússia, pelos quais passa a Rota do Mar do Norte, este ano estão cobertos de gelo ainda mais do que o habitual. E se no mar de Barents o gelo se encontra em seu mínimo, nos mares de Kara, Laptev, Sibéria Oriental e Chukchi há mais gelo que em 2007. As condições deste verão quente no Ártico podem ser consideradas anormais, mas a Rota do Mar do Norte até agora ainda não se libertou do gelo e os quebra-gelos, no futuro, ainda terão uso, disse o cientista.
"Segundo as previsões que estão agora disponíveis após cálculos em modelos globais, até ao final do século o gelo no verão poderá desaparecer quase por completo, mas no inverno vai continuar a recuperar e atingir quase as mesmas fronteiras."
A fusão extrema de gelo no verão de 2012 é, provavelmente, o último adeus de um aquecimento que está terminando. Afinal, o gelo é um produto do clima e, se compararmos as curvas de temperatura do ar e de derretimento de gelo, elas coincidirão, resume Alekseev.

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