quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Religiosos fazem evento em SP para criticar 'voto de cajado'


Um grupo de religiosos ligado à defesa da cidadania e dos direitos sociais realiza no próximo dia 21 um encontro com evangélicos para debater o que eles chamam de "voto de cajado", que seria o equivalente ao "voto de cabresto" no meio religioso. 
Formada por cristãos de várias correntes, a Rede Fale trabalha contra esse tipo de interferência nas decisões políticas do cidadão e pretende estimular o consciente. O encontro acontecerá na Igreja Cristã da Família, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo.
“O movimento contra o voto de cajado começou no Rio de Janeiro, contra o novo coronelismo de grandes poderes evangélicos”, explica Morgana Boostel, secretária-executiva da Rede.
Na disputa eleitoral de São Paulo, o caso de maior repercussão é o apoio da Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, ao candidato Celso Russomanno (PRB). Mas a secretária-executiva da entidade diz que não é intenção do grupo falar contra a atuação de grupos ou pastores específicos. 
"Edir Macedo não é necessariamente o grande nome, ou não é o único, talvez seja o mais midiático.”
Da mesma maneira, inversamente, a Rede Fale não defende o voto em candidatos em particular. “Se déssemos a orientação em quem votar, iríamos contra o foco do trabalho, que é a conscientização e a ampliação do debate político, levando as pessoas a conhecer melhor os candidatos”, diz Morgana. 
Por isso, explica, Russomanno não é visto como um candidato a se destacar. “Russomanno é como outro candidato qualquer, nossa intenção é que as pessoas olhem para as eleições e para os candidatos criticamente, seja em relação a José Serra (PSDB), a Fernando Haddad (PT), a Russomanno, a Carlos Gianazzi (PSOL).”
Sobre tendências políticas, Morgana afirma que a Rede se relaciona com partidos a partir da identidade programática. “A marca partidária não nos cerceia. Nossos interesses são a promoção da vida, a igualdade, a garantia de direitos”, define. Em função disso, a entidade se manifesta “contra qualquer tipo de violência, seja racial, sobre orientação sexual etc”. 
Rede Brasil Atual

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