Sendo incapaz de derrubar o regime de Assad, a oposição “moderada”, seguindo o exemplo do grupo EIIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante), agora vai tentar criar o seu próprio quase-Estado. E nisso vai ajudá-la o projeto de lei dos EUA sobre a política militar. Ele dá ao Pentágono o direito de “treinar e equipar os elementos comprovados da oposição armada síria para ajudá-los a defender o povo sírio, estabilizar as áreas controladas pela oposição, facilitar a prestação de serviços básicos à população, combater ameaças terroristas e promover condições para uma solução pacífica”.
A representante do Conselho de Segurança Nacional junto da Casa Branca, Caitlin Hayden, acrescenta: “Embora nós continuemos a acreditar que não há solução militar para esta crise e que os Estados Unidos não devem colocar tropas norte-americanas em combate na Síria, este pedido representa mais um passo para ajudar o povo sírio a se defender contra os ataques do regime, resistir contra o número crescente de extremistas como os EIIL que encontram refúgio seguro no caos, e a tomar seu futuro em suas próprias mãos”.
Resumindo, no meio do caos que reina nos territórios ocupados pela oposição, os EUA identificaram “pessoas de confiança” que eles vão treinar e equipar. (Houve uma altura em que uma das pessoas de mais confiança dos EUA era Osama bin Laden). Além disso, os militares norte-americanos pretendem ensinar a oposição síria a estabilizar o caos e protegê-la de ataques do regime. O esquema norte-americano, testado pelo tempo, de infinitamente “criar condições para uma solução pacífica”. Ele, aliás, já confirmou a sua “alta eficácia” no Iraque, Afeganistão e Líbia.
Aparentemente, estando cansados do surrealismo militar dos Estados Unidos, os países da região começaram a lidar independentemente com a ameaça de surgimento de novos Estados em seus territórios. Os exércitos sírio e libanês realizam operações conjuntas contra militantes ao longo da fronteira comum e a Força Aérea síria bombardeia posições do EIIL no Iraque. Mas o secretário de Estado norte-americano John Kerry não deixou de declarar que tais atos são uma interferência prejudicial num grave conflito interno. É verdade, como podíamos ter esquecido a quem pertence o direito exclusivo de bombardear e se apoderar de territórios de estados soberanos, bem como o financiamento, o armamento e o treinamento de protestos antigovernamentais em todo o mundo?
No entanto, mesmo por 500 milhões de dólares é problemático vencer simultaneamente o exército sírio e seus colegas do “califado” vizinho. Mas quanto a gastá-los, isso vão com certeza. O leitor tem razão: como conseguem os líderes dos Estados Unidos, ao expressar tais ideias, manter uma cara séria? Foto: AP (Por Vadim Fersovich)
Créditos: Voz da Russia
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