quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Conferência Internacional aborda combate ao trabalho infantil na agricultura


Começou na sexta-feira (28) e se encerrou nessa segunda (30), em Washington D. C, Estados Unidos, a Conferência Internacional sobre o Trabalho Infantil na Agricultura, organizada pela Marcha Global contra o trabalho infantil. O objetivo foi debater e criar estratégias para fazer frente à exploração do trabalho de crianças e jovens com menos de 18 anos no setor produtivo da agricultura.
Atualmente, a agricultura é o setor onde se encontra 60% do trabalho infantil, seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. De acordo com a organização Defesa de Meninos e Meninas Internacional (DNI, por sua sigla em espanhol), cerca de 130 milhões de crianças e adolescentes, de cinco a 14 anos, estão envolvidos no trabalho no campo para a produção de alimentação, bebidas e matérias-primas. Esta cifra inclui também o trabalho infantil nos setores pesqueiro, pecuário e florestal.
A situação é ainda mais grave, visto que a agricultura e os processos agrícolas estão inseridos entre os três setores mais perigosos por conta da quantidade de mortes, de acidentes não fatais e da geração de doenças profissionais.
No mundo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no Relatório Mundial sobre Trabalho Infantil, de 2010, estima que existam 215 milhões de meninos e meninas trabalhando e 115 milhões destes expostos a trabalhos perigosos, cifras consideradas desafiadoras para o desenvolvimento humano de vários países. A África Subsaariana abriga os dados mais preocupantes, já que na região uma em cada quatro crianças trabalha.
De 2004 a 2008 houve uma pequena redução na quantidade de pessoas menores de 18 anos trabalhando, no entanto, com a crise econômica mundial de 2008, acredita-se que estes números tenham voltado a crescer em escala mundial.
A Conferência teve a participação de representantes da Organização das Nações unidas (ONU), empresários agrícolas, autoridades governamentais de vários países, especialistas, integrantes de organizações sindicais e da sociedade civil. Juntos, estes atores sociais foram chamados a trocar experiências, construir e fortalecer estratégias contra o trabalho infantil.
Uma das ações específicas da Conferência foi voltada para o fortalecimento do ‘Roteiro para alcançar a eliminação das Piores Formas de Trabalho Infantil para 2016 (Plano 2016)’, adotado durante a Conferência Mundial sobre Trabalho Infantil de La Haya, realizada em 2010, que assinala que o trabalho infantil representa um obstáculo para os diretos da criança e do adolescente e para o desenvolvimento pleno de uma nação.
Em virtude disto, a Marcha Global contra o Trabalho Infantil pede ações urgentes e concretas em favor das crianças e adolescentes trabalhadores, sobretudo no setor da agricultura. A organização apela às autoridades dos países que se empenhem para que os/as menores não sejam obrigados a passar a infância longe da escola e expostos a situações de risco. Leia mais em Focando a Noticia.

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