terça-feira, 2 de julho de 2013

Bispo quer Concílio para tratar de abusos sexuais


Geoffrey Robinson disse que, ao reavaliar ensinamentos sobre moralidade sexual, a Igreja poderia evitar abusos

 Humilde, idealista e revolucionário, o bispo australiano Geoffrey Robinson está propondo mudanças radicais na Igreja Católica: a inclusão das mulheres no sacerdócio, o fim do celibato obrigatório e a reavaliação dos ensinamentos relacionados à moralidade sexual. Segundo o religioso, essas alterações contribuiriam para o fim dos casos de abuso sexual nas paróquias e instituições ligadas à Igreja. Com outros dois bispos, Robinson lançou um abaixo-assinado pedindo a criação de um Concílio para tratar do assunto.
Autor do livro For Christ's Sake: End Sexual Abuse in the Catholic Church... For Good! (Pelo Amor de Cristo: Pare o Abuso Sexual na Igreja Católica... Para Sempre!), ainda sem tradução para o português, Robinson falou com exclusividade para o Terra.
Modesto, o bispo nega a liderança de uma revolução dentro da Igreja, mas suas propostas enfrentam resistências. “A petição precisava ser feita. Estou enfrentando desafios enormes, mas não estou preocupado com as consequências. Sei que existem pessoas que estão contra, mas recebo apoio de várias outras”, desabafa o religioso, que também defende maior participação dos fiéis nos rumos da Igreja.
O abaixo-assinado pedindo mudanças surge logo após a criação de uma comissão nacional para investigar os casos de abuso sexual de menores, especialmente na Igreja Católica, na Austrália. Durante os trabalhos, que devem terminar em dezembro de 2015, pelo menos cinco mil vítimas serão ouvidas. “Existem três fatores fundamentais na erradicação do problema: identificar e afastar os ofensores, encontrar e dar apoio a todas as vítimas e sobreviventes, e identificar e resolver as causas. Esse último não está sendo analisado”, lamentou.
O celibato obrigatório é perigoso para o catolicismo, na opinião do religioso. “Nâo tenho nada contra o celibato em si, como o de Madre Teresa por exemplo, mas há um grande número de padres forçados a viver uma abstinência que não querem”, diz.
WSCOM E TERRA

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