terça-feira, 11 de novembro de 2014

Alckmin pede socorro de R$ 3,5 bilhões a Dilma contra falta d'água

Em sua primeira audiência com a presidenta Dilma Rousseff após as eleições, o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) pediu ontem (10) ao governo federal ajuda para a execução de oito projetos hídricos que, segundo estudo técnico apresentado por ele, poderá ajudar a conter o problema de abastecimento no estado. A estimativa feita pelo governador é de que o valor total das obras pode chegar a R$ 3,5 bilhões.
O tucano havia admitido a possibilidade de pedir recursos logo depois de conhecidos os resultados da disputa de outubro, recuando na posição mantida durante a campanha, quando governos federal e estadual trocaram acusações sobre o plano de investimentos para conter a crise d'água.
“O governo de São Paulo precisará do máximo que o governo federal puder nos passar. Pode ser recurso a fundo perdido, do Orçamento Geral da União (OGU), ou pode ser financiamento, e nós temos uma boa capacidade de financiamento”, afirmou o governador, ao destacar que os projetos são prioritários.
No encontro, Alckmin também apresentou à presidenta informações técnicas sobre todos os sistemas de abastecimento de água do seu estado como forma de detalhar a crise. De acordo com ele, a presidenta ouviu o pedido, com as informações sobre as obras, e foi criado um grupo de trabalho para discutir como será feito o repasse de recursos do Executivo federal para o governo estadual e, também, qual o montante que poderá ser repassado. A segunda reunião para discussão do tema está programada para a próxima segunda-feira (17).
O governador buscou afastar a ideia de que sua preocupação em procurar o Executivo federal represente mudança na forma de condução do seu governo e lembrou que nos últimos anos foram feitas outras parcerias semelhantes. “Isso não é novidade”, frisou, ao falar sobre o assunto. “É nosso dever, numa república federativa, como o Brasil, é trabalharmos juntos e sermos parceiros. O dinheiro é do contribuinte e nós estamos discutindo o assunto desde o ano passado.”
Conforme explicou Alckmin, após sair da audiência, as obras que estão sendo solicitadas são: a interligação dos reservatórios Atibainha e Jaguari, a construção de dois reservatórios em Campinas; a adução dos reservatórios e a construção de Estação de Produção de Água de Reuso (EPAR) no sul de São Paulo e em Barueri. Além destas, também fazem parte desse plano a interligação do rio Jaguari com o Atibaia, interligação do Rio Grande com o rio Guarapiranga; e a abertura de poços artesianos no Aquífero Guarani. O valor total é de R$ 3,5 bilhões.
Conforme explicou a ministra de Planejamento, Miriam Belchior, também presente ao encontro, o valor total das obras não foi discutido na reunião, mas já se sabe que os recursos serão liberados somente após avaliação a ser feita por esse grupo a respeito das obras propostas. Parte do montante, no entanto, já está sendo viabilizado pelo governo federal como parte da construção do sistema São Lourenço, único apresentado pelo Palácio dos Bandeirantes antes das eleições.
Embora destacando que ainda não foi decidida a origem dos demais recursos, Belchior colocou que parte do desembolso pode não ser de curto prazo, porque algumas das obras propostas sequer apresentam projeto de engenharia, mas deixou claro que Dilma Rousseff demonstrou empolgação com o conjunto do trabalho e está empenhada em ajudar a resolver o problema de São Paulo.
“A presidenta viu com bons olhos (o plano do governador), mas será necessária uma conversa mais aprofundada para que ela bata o martelo no que o governo federal ajudará São Paulo”, acentuou Miriam Belchior. Ao falar com os jornalistas, Alckmin também mostrou dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e ressaltou que o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, apresentou mais uma queda nesta segunda-feira, de 11,4% para 11,3%.
Créditos: Rede Brasil Aual

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