Depois de sofrer, durante toda a eleição, com baixas no mercado financeiro a cada vez que experimentava alta nas pesquisas, a presidente Dilma Rousseff pode se sentir vingada. Nesta semana que se seguiu à sua eleição em segundo turno, a Bolsa de Valores de São Paulo acumulou alta de 5,18%.
Foi a melhor semana desde março, quando a eleição começou a ficar mais acirrada. Apenas nesta sexta-feira 30, o Ibovespa subiu 4,38%. Nada menos que 18 companhias tiveram suas ações valorizadas em mais de 20% desde a reeleição de Dilma, no domingo 26. O dia seguinte, de resto, considerado como o momento da ressaca para quem torceu e atuou contra a vencedora final, foi o único a registrar fechamento no vermelho.
Foi a melhor semana desde março, quando a eleição começou a ficar mais acirrada. Apenas nesta sexta-feira 30, o Ibovespa subiu 4,38%. Nada menos que 18 companhias tiveram suas ações valorizadas em mais de 20% desde a reeleição de Dilma, no domingo 26. O dia seguinte, de resto, considerado como o momento da ressaca para quem torceu e atuou contra a vencedora final, foi o único a registrar fechamento no vermelho.
Emblemática da onda especulativa negativa que tomou o mercado de assalto no período eleitoral, a Petrobras viu seus papeis subirem 6,70% também nesta sexta 31. Esse desempenho esteve diretamente ligado a um reajuste no preço dos combustíveis que está sendo examinado pelo Conselho de Administração. A reunião que começou na sexta 31 será concluída na terça-feira 4, o que sugere uma segunda-feira de novas altas para os papéis da estatal. Para quem não se lembra, Dilma prometera um reajuste nos combustíveis para este final de ano. Era uma questão de acreditar. Na mesma sintonia, as ações da Vale, que tem forte presença do governo em seu comando, subiram 5,12%.
O cenário externo, com bons indicadores de retomada do crescimento nos Estados Unidos, também vai colaborando para o bom humor. Mas o que está mesmo dando sustentação à escalada é a perspectiva de a presidente escolher um nome amigável aos investidores e empresários para ser seu futuro ministro da Fazenda.
Segundo notícia veiculada pelo site Valor Pro, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, já teria sido convidado pela presidente, mas declinou sob a alegação de ter "um estupendo desafio" a completar na instituição que lidera. Mas Dilma ainda tem dois ases na mão. Descansando, neste momento, em Aratu, na Bahia, a presidente emitiu sinais a auxiliares de que está considerando seriamente o nome do ex-presidente do BC Henrique Meirelles.
"A presidente não briga com os fatos", justificou um interlocutor de Dilma, referindo-se à ótima repercussão que o nome de Meirelles encontra não apenas no mercado financeiro, mas também no empresariado. O trabalho dele à frente do BC durante o governo Lula é considerado irrepreensível. Na gestão de Meirelles, o País acumulou reservas internacionais superiores a US$ 300 bilhões. A inflação, por outro lado, posicionou-se dentro da meta.
No passado, quando Dilma era ministra-chefe do Casa Civil e Meirelles pilotava o BC, ambos tiveram discussões acesas exatamente em torno da política econômica. Agora, porém, a presidente já teria superado as diferenças e, em nome de uma retomada mais veloz do crescimento econômico, concordaria em chamar Meirelles para chefiar sua equipe econômica. A dúvida está na certeza de que ele pedirá autonomia absoluta para trabalhar, enquanto a presidente não quer abrir mão de ter a palavra final nas decisões mais importantes.
Na equipe de Dilma, a impressão maior é a de que o anúncio do novo ministro da Fazenda será feito somente a partir da segunda quinzena de novembro. Foi isso o que ela própria adiantou em entrevistas antes de tirar sua semana de descanso. Mas também aí a presidente pode surpreender e participar da reunião do G-20, na Austrália, nos dias 15 e 16 de novembro, com seu novo ministro à tiracolo.
Ex-secretário-executivo da Fazenda, o economista Nelson Barbosa prossegue sendo um nome que Dilma sabe poder contar. Ambos têm bastante afinidade e confiança. Quando ele estava no cargo, a presidente mais de uma vez mostrou preferência por despachar sobre assuntos econômicos com o próprio Barbosa do que com o titular Guido Mantega.
Assim como Meirelles, Barbosa também é um nome bastante palatável ao mercado. No entorno de Dilma, o que se diz, em tom de brincadeira, é que, com Barbosa, o dólar ficaria em R$ 2,50, mas com Meirelles desceria para R$ 2,00. O que se tem, hoje, é que Dilma está focada entre essas duas alternativas. Com a aparente tranquilidade na Bovespa, ela sabe que ganhou mais tempo para pensar. Na segunda-feira 2, Dilma retorna de férias e retoma as articulações do novo ministério. Quem apostar contra ela, como se vê, tem mais chances de perder do que de ganhar.
Créditos: Brasil 247
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